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Visão homeopática do câncer

28-03-2016 |

1A homeopatia se fundamenta em um trabalho de natureza científica com cerca de dois séculos, consequência de investigações efetuadas por inúmeros experimentos. Estas investigações incluem ingestão de substâncias em dose não letal, registro meticuloso dos sintomas produzidos e, ainda, registros toxicológicos e observação de curas clínicas.

A médica-veterinária, proprietária da Clínica de Especialidades Veterinárias (Cia-vet, São Paulo/SP), Cláudia de Paula Ferreira da Costa, começou a estudar a Homeopatia em 1995, como forma de procurar/encontrar soluções para casos difíceis onde a alopatia não obtinha sucesso. “Desde então, já atendia casos oncológicos”, sublinha.

De acordo com ela, a medicina alopática utiliza a Lei dos Contrários, ou seja, antídotos (Alo = diferente, Pathos = doença), como exemplo: uma diarréia é tratada com um medicamento que causa obstipação; enquanto a homeopatia utiliza a Lei dos Semelhantes: (Homo = igual), ou seja: utiliza medicamentos que provocam o mal que se pretende tratar, mas em uma dose mínima da substância – de modo a que a toxicidade seja eliminada.

A homeopatia observa e assume o corpo na sua totalidade e os medicamentos têm a função de auxiliar o organismo na auto-cura, ou seja: trata o semelhante pelo semelhante. Ainda, segundo a médica-veterinária, há quatro conceitos básicos onde a teoria homeopática se apoia. Para saber mais, leia o box abaixo.

A causa das doenças, conhecida como miasma é explicada por Cláudia como um termo grego, utilizado pelos médicos antigos como, Christian Friedrich Samuel Hahnemann (considerado pai da homeopatia), no final do século XVII, cujo objetivo era explicar a doutrina e as doenças crônicas. “Na época, ele identificou apenas a Psora, Sicose e Sífilis. Atualmente, este conceito se encontra ultrapassado devido ao fato deste não englobar uma série de fatores etiológicos de carácter endógeno, a exemplo da hereditariedade e adaptação genética – informações estas que, na época de Hahnemann, não existiam”. Ela acrescenta que o conceito atual é diátese, que além de englobar a doença crônica referente à ação miasmática, segundo Hahnemann, inclui o conceito de modo reacional patológico específico de um paciente, ou seja, “leva em conta a maneira específica de um paciente adoecer”, pontua.

A médica-veterinária explica que a sicose é uma das doenças crônicas, segundo a classificação de Hahnemann. “Representa a tentativa dos mecanismos de defesa imunológica de um indivíduo diante de agressões por diversos fatores (exemplo: vírus, bactérias, alterações climáticas, etc.) que não são eliminados, obrigando a mobilização de defesas em nível celular, levando a modificação e proliferação de tecidos”, a caracterizando uma das apresentações do câncer.

No plano etiológico o sicótico sofre por: doenças sexualmente transmissíveis; polivacinações; terapêuticas imunossupressoras e hereditariedade. As manifestações clínicas são consideradas a Tríade de Sicose. “Chamamos dessa forma as demonstrações clínicas mais comuns: produção de secreções mucopurulentas, (produção de catarros – exemplo: muco na sinusite, corrimentos vaginais), hidrogenismo (tendência a retenção de líquidos) e proliferações anormais (exemplo: verrugas, cistos, tumores).

De acordo com Cláudia, o padrão sicótico apresenta deficiências ou falhas nos mecanismos de defesa associados à porta de entrada (mucosa nasal, vaginal, peniana e retal). “Acredita-se em uma alteração crônica do sistema Reticuloendotelial. Os indivíduos que apresentam sicose tendem a desenvolver processos catarrais, edemas e proliferações. Essas se originam em processos inflamatórios crônicos não resolvidos ou tecidos que estejam constantemente sendo agredidos. Isto engloba, parcialmente, causas de alguns tumores”, cita e complementa que a falha na autopoiese se encontra na resposta inadequada do sistema imune frente a esses ataques, bem como na autorregulação, pois, “o organismo não encontra a homeostase adequada frente à agressão”, pondera.

Dessa forma, Cláudia argumenta que as observações de sinais e sintomas clínicos devem sempre estar associados à manifestação comportamental. “A homeopatia é uma medicina holística. Não tratamos doenças, tratamos doentes. Portanto, todos os detalhes da clínica são relevantes, como sintomas físicos, mentais, antecedentes, constituição física, manejo alimentar e ambiental, etc.”.

TOME NOTA
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A homeopatia observa e assume o corpo na sua totalidade e os medicamentos têm função de auxiliar o organismo na auto-cura, ou seja: trata o semelhante pelo semelhante.

ONCOLOGIA

Além da Psora, Sifílis e Sicose descritas por Hahnemann, a médica-veterinária aponta mais duas categorias: Tuberculismo e Cancerismo. “O termo cancerismo se auto explica. Podemos conceituar como um modo reacional que tende para o risco de oncogênese. É caracterizado por uma desordem, uma confusão geral do organismo. É a diátese mais considerada nos casos de câncer propriamente dita”, aponta Cláudia.

O modo reacional do cancerismo são: inflamação, multiplicação e disseminação. Sob os fatores etiológicos: hereditariedade, iatrogenia, vírus, poluição atmosférica, desregramento alimentar e os carcinógenos químicos presentes na alimentação e estresse emocional.

O estado cancerinismo representa condição de não resposta, em consequência da impossibilidade do organismo se manter em equilíbrio dentro dos estados miasmáticos básicos. Segundo Cláudia, a capacidade de autorregulação da unidade psicofuncional está comprometida, os mecanismos biológicos se rompem e o organismo se desgoverna por falta de controle sobre suas reações. “A interpretação do câncer admite a perda da capacidade de reconhecimento e eliminação das células neoplásicas que continuamente se formam no organismo, juntamente àquelas ‘não-self’”, pontua.

Partindo do argumento que a Homeopatia trata individualmente cada paciente, a médica-veterinária explica que há alguns medicamentos mais tradicionais para o tratamento do câncer. “O nosodium é o Carcinosinum, cujo medicamento é preparado a partir de nódulos cancerosos, particularmente do seio. Os três grandes cancerínicos são: Thuja, Conium, Hydrastis”. Contudo, Cláudia alerta que “durante a consulta homeopática cabe ao veterinário decidir qual os quais medicamentos serão utilizados pelo paciente”. Durante um tratamento, ela complementa que diversas vezes se muda os medicamentos, conforme o momento e a necessidade do paciente. Ela ainda explana que há diferentes filosofias e abordagens no tratamento do câncer, para mais informações veja abaixo.

COMO HOMEOPATAS TRATAM O CÂNCER
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1. Remédios homeopáticos focam o próprio tumor. Selecionar remédios que combinam os sintomas do tumor (Ex: Conium maculatum para tumores duros imóveis que se desenvolvem lentamente);

2. Uso de remédios homeopáticos para assistir a melhora dos canais de eliminação do paciente (rins, trato urinário, sistema linfático, fígado, etc.) e fortalecer detoxificação celular (uso de drenadores);

3. Medicamentos constitucionais: normalmente um medicamento constitucional bem selecionado afetará diretamente o tumor. Teoricamente, estando correto, poderá eliminar totalmente o tumor.

“A intensão é diminuir efeitos colaterais da quimioterapia, diminuir o estresse pós-cirúrgico, melhorar a qualidade de vida do paciente, reforçar seu sistema imunológico, além de se evitar recidivas”

“A Homeopatia é uma medicina complementar, onde temos uma economia considerável de custos aliada a bons resultados, onde pouco se observa efeitos colaterais, sendo comprovada por mais de dois séculos de prática clínica”, reitera Cláudia e adiciona que, ao longo de quase 20 anos de experiência com a área, teve a oportunidade de observar curas.

A médica-veterinária cita como exemplo um caso de um fila brasileiro que apresentou Osteossarcoma em membro anterior direito. “O proprietário não aceitou o tratamento convencional (amputação e quimioterapia). Optamos por tratar o paciente apenas com medicamentos homeopáticos. Na ocasião, a expectativa de sobrevida era de três meses, porém este animal viveu por sete meses, com qualidade de vida”, sublinha.

GANHANDO ESPAÇO

Na visão de Cláudia, os médicos-veterinários ainda apresentam resistência à utilização da Homeopatia, sendo uma parcela por desconhecidos do tema e preconceito. “As clínicas homeopáticas funcionam há mais de 200 anos. Os consultórios estão sempre cheios. E a procura está baseada em diversos motivos: falta de sucesso nos tratamentos alopáticos, pouquíssimos efeitos colaterais, custos acentuadamente reduzidos, mas, principalmente, por vivenciarem sucesso dos tratamentos ao longo de suas próprias vidas, de familiares e conhecidos. Atualmente, a clínica veterinária observa esta procura evidente, pois os clientes procuram o máximo de bem-estar para seus animais que fazem parte da família”.

Cláudia acredita que à medida que a evolução for caminhando, mais este tipo de terapia será reconhecido. “Não acredito em soluções mágicas. No caso do câncer, este deve ser atendido de forma multidisciplinar: atendimento com profissionais capacitados, auxiliando por modernas técnicas de laboratório, procedimentos adequados (cirurgias e quimio/radioterapia quando for o caso), introdução de dietas especificamente formuladas e finalmente, a utilização da Medicina Complementar (Homeopatia, Acupuntura, etc.) sempre procurando o máximo de bem-estar para o paciente”, pondera.

Fonte: Revista Cães e Gatos

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