Especialistas adotam as terapias alternativas para tratar vegetais doentes e estagnados e garantir flores e frutos em abundância
As terapias alternativas têm ganhado terreno em jardins, hortas e plantações orgânicas. Para os especialistas, práticas terapêuticas como a homeopatia e a acupuntura atingem os mesmos resultados que os defensivos agrícolas, sem causar danos ambientais. Tanto um tratamento quanto o outro partem do princípio de que é necessário reequilibrar as plantas energeticamente para que elas tenham viço e produzam flores e frutas em abundância. Maria do Carmo Arenales, bióloga e veterinária de São Paulo, lembra que a homeopatia já é feita há anos em animais e segue os mesmos princípios para hortas e jardins. “É possível tratar pragas e patologias causadas por bactérias, vírus e fungos unicamente com ela”, afirma.
Plantas doentes respondem melhor à homeopatia, enquanto o crescimento estagnado e a ausência de flores e frutas devem ser tratados com acupuntura, que consiste na aplicação de agulhas ou pregos nas intersecções dos galhos. A Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, foi uma das pioneiras no estudo da homeopatia vegetal no Brasil. “Ela é capaz de estimular o sistema de defesa das plantas”, explica a agrônoma Fernanda Maria Coutinho de Andrade. Só em Viçosa, já foram defendidas 22 teses de mestrado e doutorado sobre o tema. A arquiteta e paisagista Aline Najar, de São Paulo, que ministra cursos de homeopatia e acupuntura para vegetais, defende que as terapias alternativas são uma forma mais responsável de tratar o meio ambiente. “Percebi que havia espaço para tratamentos que pudessem substituir os agrotóxicos”, diz. Cerca de 70% dos clientes da paisagista preferem tratar suas plantas e jardins com essas práticas. “A escolha do medicamento e da aplicação é muito criteriosa e específica, porque é preciso avaliar quais fatores levaram a planta a se ressentir”, afirma Aline.
As terapias devem ser acionadas quando as condições básicas (adubação, luz e irrigação) estão sendo satisfeitas mas, mesmo assim, a planta parou de se desenvolver. “Entre sete a dez dias depois da aplicação, você já vê resultados. Vegetais que estavam estagnados, por exemplo, passam a dar flor.” Coincidir com a época de floração pode ajudar, dizem os especialistas. Tudo em prol de um jardim saudável e sustentável.