Segundo o Dr. Freud, desde a nossa infância, após passarmos pela fase por ele muito bem explicada de complexo de Édipo, nos deparamos com uma bem angustiante fase denominada de complexo de castração.
No complexo de Édipo o indivíduo adquire na primeira infância um amor incondicional pelo pai ou mãe ( pelo sexo oposto ao dele), logo no início vestigial do seu desenvolvimento psicoafetivo. È onde o menino ou menina tentaria atrapalhar a “relação papai-mamãe”.
Com este conhecimento amoroso, no caso dos meninos maternal, este filho é inserido como um intruso, como se “num triangulo amoroso” na relação do casal. Passa então a existir, para a cabecinha dele, um pai poderoso e ameaçador, que saberia dos seus “desejos inconscientes em ter a mamãe” só para ele, tentando castrá-lo de verdade”. Todo este sentimento carregado de muita culpa.
É onde o menino descobre e manuseia o seu “pipi” e vai se angustiando e se culpando pelos seus desejos.
Quando existe um pai provedor diante desta situação que o acolhe e o protege neste sofrimento, incluindo-o na relação do casal realmente como um filho que se sente amado e dando limites à sua intrusão, existe uma resolução mais adequada dessa castração simbólica. Ou seja, este filho é colocado no seu lugar amorosamente, sem se sentir lesado ou agredido. Desta forma ele não sentiria aquele medo da infância, que poderia transformar-se num medo patológico para a vida adulta, além dos possíveis conflitos na esfera sexual que poderiam surgir.
O medo na idade adulta ocasionado pela má resolução destas questões da infância pode ser projetado para a sociedade de várias formas pelo indivíduo adulto. Pode esta ser sentida por ele o tempo todo como ameaçadora quando por exemplo, um patrão ou uma outra autoridade o aborda por um problema simples do cotidiano, fazendo-o se sentir com inúmeros conflitos emocionais, carregados de intensa ansiedade.
É como se este individuo pudesse ser castrado, humilhado como homem a qualquer momento, em qualquer esquina ou em qualquer lugar que lhe pareça ameaçador.
Os homens que têm fobia social, além da vertente genética explicada pela psiquiatria, podem ter esses recalques infantis relacionados a algo ameaçador, castrador para a vida. É por isso também que a psicanálise explica, nesses homens, o desejo intenso e um impulso irrefreável de agradar outros homens que lhe sejam considerados superior a eles. É como se manifestassem um agradar sustentado pelo medo, reparando inconscientemente uma sensação que os perseguem resultadas da relação com o pai, e que “lhes metem” em situações constrangedoras, às vezes sentidas como extrema impotência na vida de homens adultos. Este artigo tenta trazer uma explicação psicológica possível, tentando então ampliar outras alternativas de tratamento para a fobia social.
Dr. José O.Cervantes Loli – Médico Endocrinologista e Metabologista. Medicina Psicossomática (membro da ABMP-São Paulo)
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