O governador José Serra apresentou, nesta quarta-feira (22/04), os resultados do Levantamento Censitário das Unidades de Produção Agropecuária (Lupa), com informações detalhadas sobre toda a produção agropecuária do Estado de São Paulo.
O censo, feito pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento entre 2007 e 2008, é a maior análise do setor rural estadual já realizada e está disponível na Internet para todos os cidadãos. “O censo é um importante diagnóstico da produção agrícola e importante apoio para a formulação de políticas públicas”, afirmou o governador, durante a cerimônia.
O site do Lupa permite que as informações sejam visualizadas com grande nível de detalhamento. É possível verificar os dados completos do Estado ou checar o material por região, com a ajuda de um mapa, ou até cada um dos municípios. Em cada modalidade, estão consolidadas informações sobre estrutura fundiária, ocupação do solo, culturas, maquinário e benfeitorias, com inúmeras possibilidades de cruzamento de dados.
O último levantamento deste tipo foi feito em 1996/97. Com a conclusão do Projeto Lupa 2009, o Governo do Estado e todas as prefeituras ganham uma base atualizada da agropecuária paulista um instrumento fundamental para verificar em detalhes a evolução e planejar suas políticas para o setor rural.
Para o levantamento de dados utilizados no Lupa 2009, foram entrevistados produtores rurais de 324.720 unidades de produção agropecuárias (UPA). A área de cobertura aumentou em relação ao último censo, totalizando mais de 20 milhões de hectares nos 645 municípios do Estado. O trabalho de pesquisa, coordenado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) e pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), envolveu aproximadamente 3 mil funcionários da Secretaria de Agricultura e Abastecimento e de Prefeituras Municipais.
RESULTADOS – Com o Lupa é possível observar, por exemplo, que dois terços das propriedades rurais do Estado têm, hoje, até 500 hectares e são consideradas, portanto, até médios produtores. É possível avaliar também que há uma maior divisão da terra, já que a área média das propriedades caiu de 72 para 63 hectares. Outra conclusão é que a cultura de cana-de-açúcar, que hoje ocupa 31% das UPAs, substituiu a cultura do milho, que ocupava 30 % do total no levantamento anterior.
Destaca-se ainda que o crescimento na área de lavouras (temporárias, perenes e reflorestamento) de 34% para 44% da área total, foi acompanhado por um crescimento da área de vegetação natural, que passou de 10% para 12%. Ao mesmo tempo, ocorreu uma redução na área de pastagem, de 51% para 39%. No entanto, a diminuição no tamanho do rebanho bovino foi menos que proporcional, o que aponta ganho de eficiência no manejo da pecuária paulista.
Também ocorreu aumento no número de propriedades que utilizam práticas de conservação de solo de 147 mil para 180 mil. O Governo do Estado têm estimulado estas práticas com medidas como o Programa Estadual de Microbacias Hidrográficas e o incentivo dado pelo Feap para o financiamento da compra de semeadoras de sistema de plantio direto.
No período, o número de UPAs que dispõem de energia elétrica para uso nas atividades agropecuárias mais que dobrou – passou de 122 mil para 248 mil. Outra mudança significativa é verificada no perfil do proprietário rural. O número de proprietários sem instrução ou com instrução incompleta diminuiu de 59 mil para 28 mil (-52%), enquanto o número de proprietários com curso superior completo aumentou de 52 mil para 62 mil (+19%).
O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado, João Sampaio, considera o censo um “retrato” da produção paulista e afirma que a redução no tamanho das propriedades, um dos dados que mais chama a atenção nos resultados, “é uma tendência para um Estado que se especializa cada vez mais”. Quanto à área de pastagem, que já representou 60% e hoje está em torno de 40%, o secretário atribui ao aumento da produtividade por h