A homeopatia representa um método prático de prevenir e tratar parasitas, acelerar o desenvolvimento dos animais, além de combater infecções, com a perspectiva de redução gradativa dos gastos com remédios alopáticos (químicos), garante especialistas.
A doutora Sandra Yumi Shibata Rosa, médica veterinária homeopata, vinculada ao laboratório Fauna & Flora Arenales, esteve em Salvador, na semana passada, em palestra na Universidade Federal da Bahia (Ufba) , com o objetivo de difundir o tratamento entre os profissionais baianos. “A homeopatia não deixa resíduos químicos no meio ambiente, ou nos produtos como carne e leite de bovinos”, aponta Sandra Yumi.
Ela explica que, com o tratamento convencional com produtos químicos, os animais de corte ou produtores de leite demandam um intervalo de tempo antes de terem suas carcaças ou leite dedicados ao consumo humano, o chamado “período de carência”, decorrente do uso dos medicamentos químicos. “Ainda assim, os subprodutos do tratamento químico podem chegar ao consumidor”, avalia.
Sandra ainda acrescenta que diversos males à saúde humana, como alergias, ou mesmo o câncer, podem ser provenientes dos efeitos cumulativos no organismo, por conta da ingestão de alimentos contaminados por subprodutos de tratamentos químicos. “Já o tratamento homeopático não deixa resíduos e não têm a necessidade de período de carência”, avalia a especialista.
Mais Fortes
A médica veterinária da Escola de Medicina Veterinária da Ufba Monika Hlavnicka também acredita que os animais podem ter seus sistemas de defesa imunológica fortalecidos. “Há situações nas quais os animais não podem ser tratados com remédios alopáticos, o que acontece com animais idosos, ou com as fêmeas, quando estão prenhes”, observa a doutora Hlavnicka.
Apesar das perspectivas promissoras e dos resultados comprovados cientificamente, ainda não há explicação conclusiva quanto ao porquê e como os remédios homeopáticos funcionam. Apesar da perspectiva de resultados efetivos, e da competitividade econômica, os remédios homeopáticos não são unanimidade entre os veterinários, receosos em aplicar a técnica, conforme aponta Monika.
Sandra Yumi observa que a homeopatia age na energia vital dos animais. “Quando a energia vital do animal decresce, ocorrem as doenças”, aponta. Justamente para restabelecer este equilíbrio atuam a homeopatia, acrescenta.
Resistência
O uso da química no tratamento dos animais, por sua vez, provoca resistência nos agentes parasitários, o que faz com que sejam necessárias mais pulverizações, e em maiores quantidades. A necessidade de incremento nas quantidades de produtos químicos gera resíduos no meio ambiente, o que pode afetar o equilíbrio ecológico no entorno das propriedades rurais, ou mesmo afetar a saúde de pessoas que convivem diretamente com animais domésticos, como cães e gatos, conforme explicam as especialistas.
O tratamento homeopático, na maioria dos casos, é feito por meio da água e dos alimentos fornecidos aos animais. Não há alteração de gosto ou sabor em líquidos ou alimentos sólidos fornecidos aos bichos. “Enquanto comem e bebem, os animais vão se medicando”, explica a Dra. Yumi.
Especialista aponta resistência ao uso
Numa pequena propriedade rural do interior baiano, percebeu-se que os pássaros que faziam uma espécie de limpeza natural nos bovinos, em relação aos carrapatos, estavam desaparecendo da região, na mesma proporção na qual eram necessárias doses mais elevadas de pulverização da criação com produtos químicos para afastar a infestação. O caso é narrado pela médica veterinária da Escola de Medicina Veterinária da Ufba Monika Hlavnicka. “Acontece que os pássaros comiam os carrapatos e morriam. Cogita-se, inclusive, que os ovos das aves poderiam estar contaminados com os subprodutos do tratamento”, diz.
A história narrada por Monika revela que o uso do tratamento com remédios alopáticos pode gerar desequilíbrios no meio ambiente.<
