<b>Bancos de alimentos redistribuem sobras para tentar minimizar perdas; veja o que fazer na hora de comprar, preparar e guardar comida</b>
Para atenuar o problema da sobra de comida de um lado e da falta dela do outro foram criadas estruturas de redistribuição e combate ao desperdício. Há “bancos de alimentos” vinculados a governos municipais e entidades da sociedade civil. São cerca de 200 instituições do tipo no país.
Um exemplo é o projeto Mesa Brasil, do Sesc, que em janeiro de 2008 arrecadou quase 380 toneladas de alimentos, beneficiando mais de 70 mil pessoas, de 471 instituições. O banco de alimentos da Ceagesp somou 1.113 toneladas de alimentos aproveitados em 2007.
Outra iniciativa é a ONG Banco de Alimentos, que tem apenas quatro veículos e consegue recolher, em média, 44 toneladas de comida por mês. “É uma gota no oceano, mas é uma gota que conta”, diz Luciana Quintão, 45, presidente da ONG. Os alimentos, obtidos em sacolões, supermercados, padarias e empresas, complementam as refeições de 22 mil pessoas por dia, por meio de 51 instituições, segundo Luciana.
Mas boa parte do desperdício no país não pode ser impedida por consumidores ou comerciantes. Estudo do IBGE estima que 8,7% da produção de grãos é perdida ao longo da cadeia produtiva, por conta das más condições de transporte e armazenamento. A pesquisa também aponta que 4,7% dos grãos são perdidos ainda na plantação, por conta de problemas climáticos. No total, são 10 milhões de toneladas/ano desperdiçadas antes mesmo de chegar aos pontos-de-venda.
“O número é alto, considerando que os grãos têm maior durabilidade. A perda de frutas e hortaliças deve ser ainda maior”, diz Júlio Perruso, 40, gerente de análise e planejamento do IBGE. (CA)