Comer é um dos atos mais prazerosos que existe. Através da comida nos remetemos ao bolo gostoso da vovó, “ao bolinho de chuva, ao leite quentinho que saia da mamãe”; a bolachinha daquela tia que morava lá no sítio e aquele bolo em pedaços que comíamos sentados, no balcão, lá na padaria. O sabor dessas lembranças gustativas pode ficar impregnado em nosso cérebro desde lá no intra-útero. Nunca me esqueço de uma paciente diabética que havia perdido um filho, ainda jovem, e que adorava comer doce de leite. Mesmo após a morte dele continuava fazendo uma quantidade suficiente de doce para que “ele nunca faltasse”. Ela comia o que não podia e como era inevitável sentir o vazio da morte do filho, se preenchia com o delicioso doce de leite que fazia “com açúcar e com afeto”. Como fazemos muitos de nós com o relacionamento com os nossos filhos. Muitas vezes tudo isso acontece para darmos conta da ausência e da pouca satisfação do afeto que todos nós necessitamos. Comemos para sentir o sabor da presença, ou devido à ausência, daquela pessoa que tanto amamos. Devíamos aprender a ficar mais próximos, recebermos e darmos mais afeto, assistência às nossas reais necessidades. Reavaliar a sensação de que podemos tudo, a ponto de comer até nos lesar, e então voltarmos a sentir o sabor da vida. Ensinar desde cedo aos nossos filhos a não comer só o que eles mais gostam ou o que é divulgado pela mídia e sim participarmos ativamente deste processo de reaprendizado. É com a infância e na infância onde mais aprendemos! Então aproveitemos esta maravilhosa oportunidade! Não é uma tarefa fácil, enquanto pais temos que reaprender a comer para podermos ensinar. Mas é muito recompensador quando vivemos os bons resultados! Lembrem-se, pais: É de vocês que os seus filhos mais precisam neste mundo em pandemia de obesidade! Um médico especialista poderá ajudá-los neste processo!
<b>Fonte:</b>Dr. José O. Cervantes-Loli
Endocrinologista, Metabologista e Medicina Psicossomática
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Meu filho está gordinho!
29-10-2008 |