A constante exigência dos mercados exteriores para melhores condições e novas adequações para a importação de produtos do agronegócio no Brasil, levou o país a ser um dos maiores exportadores de carne bovina e de frango do mundo. Uns dos quesitos que proporcionaram tal feito ao Brasil foram às novas tecnologias, recursos naturais abundantes, terras baratas e grande oferta de mão-de-obra.
Segundo dados da revista Veja, até os anos 90, a pecuária brasileira ainda usava técnicas do século XVIII. O gado levava cinco anos para ser abatido e a carne era ruim. Em dez anos o Brasil se tornou o segundo maior produtor mundial de carne bovina. A fiscalização avançou e o gado passou por melhoramentos genéticos que elevaram a produtividade fazendo com que nos dias de hoje o gado leve somente dois anos para ser abatido, sendo que a carne brasileira custa um terço da européia. Desde 1990 até hoje, as exportações cresceram 1800%, um dado surpreendente tratando-se de um mercado cada vez mais competitivo e exigente.
Com relação a carne de frango, a produção familiar era pouco eficiente e a exportação brasileira correspondia apenas a 300.000 toneladas em 1990. Entretanto, no ano de 2007 foram 3,3 milhões de toneladas. Os frigoríficos se capitalizaram, promoveram inovações genéticas e operacionais e disseminaram o uso da refrigeração, fazendo com que já em 2004 o Brasil se tornasse o maior exportador mundial, sustentando esta posição até os dias de hoje.
Especialistas afirmam que apesar do embargo com a união européia que ocorreu no primeiro trimestre de 2008, as exportações de carne bovina cresceram 8,7% em relação ao mesmo período de 2007, atingindo US$ 1,171 bilhão. O motivo principal para o aumento de receita foi o crescimento de 36,66% no preço médio nas exportações dos três primeiros meses do ano. No mesmo período, o volume embarcado teve uma queda de 20,60% em relação ao primeiro trimestre de 2007, totalizando 536,696 mil toneladas.
Segundo dados da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef), para este ano, a associação estima um crescimento em torno de 8% para todo o movimento do mercado (volumes e receitas), o que projeta vendas de 3,57 milhões de toneladas e faturamento de US$ 5,39 bilhões. A associação estima que continuará havendo aumento dos preços dos insumos avícolas no mercado mundial, principalmente do milho e da soja, que representam 70% dos custos de produção do setor.
Para tentar driblar os altos preços de insumos, os produtores de carne bovina e de frango buscam cada vez mais formas alternativas de manejo. Uma das formas mais utilizadas em todo território brasileiro é o uso da homeopatia, que vem diminuindo resíduos na carne, promovendo o aumento da fertilidade e resistência imunológica do animal, com o conseqüente aumento da produtividade e redução gradativa dos custos de medicamentos de uso veterinário. Sabendo que o mercado mundial tende cada vez mais a consumir carne sem resíduos de agrotóxicos e ou antibióticos, o Brasil já se prepara para esta necessidade. De acordo com as normas do Ministério da Agricultura, a homeopatia é a única medicina capaz de produzir o “boi orgânico”, e os produtores rurais que pretendem estabelecer um espaço nas exportações, além de estarem em vantagem em relação aos outros países nas condições climáticas, também já contam com um forte mercado estabelecido pelo mundo todo.
Embora todos os dados apresentados serem extremamente positivos se tratando de rentabilidade ao produtor rural, é necessário ter um investimento para a preparação e acompanhamento das novas tendências do mercado, com uma produção cada vez mais natural onde as aplicações dos meios sustentáveis farão a diferença na produtividade e qualidade do produto final.
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