A nossa sociedade, “bipolar”, oscila como sempre pelos dois extremos “do 8 ao 80”: “- Se meu filho come muito, obesidade! Se meu filho come pouco, pode desnutrir e não crescer adequadamente.! Esta é uma angústia dos pais modernos.
Vamos desmistificar esses fatos: A fase onde a criança mais cresce é no primeiro ano de vida. E onde ela deve se alimentar mais, ter uma dieta equilibrada, é claro, também é no primeiro ano de vida!
Nos 2º e no 3º ano existe uma desaceleração importante no crescimento das crianças, que passa de 25 cm ao ano no 1º ano de vida, para 12 ou 13cm ao ano.
É a partir daí que a criança vai sentindo menos fome e fica “enjoada” para comer. Aí começa a idéia trágica, a culpa dos pais de que seus filhos não crescerão (desnutrirão) correndo o risco da inanição, da anemia, da anorexia. Como a criança cresce menos ela vai comer muito menos no 2º e 3º ano de vida e isto é absolutamente normal. A idéia antiga da desnutrição nos países subdesenvolvidos é que trouxe esse medo da desnutrição. Hoje o risco é muito maior para a obesidade! Anormal seria ela comer demais nesta fase da vida, pois assim vai se tornar obesa e muito provavelmente também será obesa na idade adulta! No primeiro ano de vida o risco de obesidade é menor porque nesta fase é onde a criança mais cresce
A partir do 4º até a 9º ou 10º ano de vida o crescimento passa a ser mais estável, e deve ainda ser desacelerado em relação ao 1º ano de vida. Se ocorrer o contrário é porque, normalmente a criança está com sobrepeso ou obesa, ou seja, superalimentada!
Se a criança comer muito os produtos dito “industrializados” ela será obesa! Ela deve comer carboidratos de sal, doces em pequenas doses diárias, sucos naturais e frutas já que o apetite por verduras e legumes nesta fase se encontra normalmente reduzido, o que também é natural!
Se a criança não ficar comendo “porcarias” fora do horário normal de refeições “não lhe faltará nenhum nutriente” provindo das verduras! Eles virão das frutas e dos sucos naturais. É claro que os pais devem dar exemplo para as crianças e consumirem diariamente verduras, legumes e frutas, o contrário do que a mídia e nossa sociedade consumista pede!
Na pré-adolescência, novamente a criança não crescerá muito e então não deverá comer muito! Mais uma vez, não tenham medo da desnutrição! É claro que nesta fase a criança deve ser avaliada e deve ter altura e peso dentro da faixa de normalidade para não atrapalhar a estatura final!
É comum nesta fase, as meninas ganharem gordurinhas e “pneuzinhos” a mais, preparando-se para o estirão da adolescência e os meninos continuarão crescendo mais apesar de apresentarem um “atraso” no desenvolvimento, em relação a elas!
É necessário que se resolvam dúvidas e que se avaliem os filhos pelo menos uma vez ao ano com o Pediatra ou o Endocrinologista. Isso pode aliviar a ansiedade dos pais, não incorrendo muitas vezes em erros em relação a alimentação, obesidade ou baixa estatura, além de se tranqüilizar a criança, preventivamente, em relação a complexos que poderão existir em relação ao seu peso e estatura no final na adolescência. Ë preciso prevenir e desmistificar sobre esses assuntos! Em relação nós, professores, pais e médicos devemos nos munir para proteger nossos filhos, nossas crianças e assim permitir torná-las mais saudáveis tanto física como emocionalmente!
Fonte: Dr. José Cervantes Loli, Endocrinologista & Metabologista. Membro da Associação Brasileira de Medicina Psicossomática de São Paulo.
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