Pesquisa apresentada no 2° Congresso Mundial Agroflorestal – realizado em agosto, em Nairobi, no Quênia apontou através de imagens por satélite que há uma grande cobertura de árvores em quase metade das áreas de cultivo do mundo; dados revelam que maiores coberturas se concentram na América Central, no sudeste da Ásia e na América do Sul.
Confirmando esta informação, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de MS – FAMASUL, Ademar Silva Junior, diz que 88% do Pantanal está preservado pelo produtor rural, o que comprova a preocupação do setor com o meio ambiente.
“Esse é o tema do futuro, necessitamos da natureza preservada para a manutenção da vida e produção de alimentos. O produtor tem a responsabilidade de continuar produzindo, sem deixar de cuidar de suas águas e reservas, matas ciliares e até mesmo o ar”, ressalta Ademar.
Muitas leis são criadas para incentivar os produtores no plantio e reflorestamento de árvores. E em setembro de 1965, foi criado o Código Florestal Brasileiro, que não atende as necessidades de preservação. Junto a ambientalistas, eles lutam para que uma reformulação seja feita.
“O produtor rural tem dificuldade para entender a legislação ambiental, não por incapacidade, mas porque precisaria compreender mais de 16 mil normas para desenvolver sua atividade legalmente”, explica a assessora de meio ambiente e recursos hídricos da FAMASUL, Janaína Pickler. Ainda afirma que, é do interesse deles que o meio ambiente esteja preservado e que não seriam necessárias tantas leis, pois o produtor e o agricultor querem preservar espontaneamente as florestas, mas as regras têm dificultado em muitos casos.
Pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa mostra que se o País levasse à risca sua legislação, não existiria terra suficiente para produzir e que, as áreas protegidas somam 71% do território brasileiro, o que resulta em 6.059.526 km².
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA propõe cinco pontos para o código em vigor: pagamento por serviços ambientais, respeito a áreas consolidadas com produção de alimentos, desmatamento zero e quantificação de áreas de preservação permanente orientadas por informações da ciência.
O papel das florestas no desenvolvimento da agricultura foi um dos temas discutidos no congresso. “O Brasil mudou muito, hoje é a maior potência da América do Sul e uma das maiores do mundo em muitos segmentos nos quais atua. Isso tem feito com que o setor agropecuário, que é a mola propulsora da nossa economia e o principal gerador de empregos, necessitasse conscientizar o produtor rural para o empreendedorismo e responsabilidade social”, explica o presidente da FAMASUL.
O “verde” conquistou status de importância nas pautas de todo o mundo, predominando em discussões e decisões de todos os setores. É uma busca incessante de resultados e promessas, e os trabalhadores rurais têm servido de ferramenta essencial na preservação desta cor.