Quando um paciente procura um médico pensa no que pode ser feito para o alívio daquele sofrimento que tanto o aflige. “Uma dor aqui, outra dor ali, uma tosse (pigarra crônica), uma sensação de aperto no peito ou no pescoço, uma angústia”…
O que se fazer diante de tanto sofrimento, sentimentos, revelação de uma nova doença, física ou um sofrimento de ordem emocional?
Ao médico cabe a arte de identificar diante da história de vida do paciente, o tempo, a intensidade em que o sintoma o aflige, ou, ao examiná-lo, certificar-se do órgão provavelmente comprometido ou que vem adoecendo.
Diante desta vida única ou deste adoecimento, leva-se em consideração o tempo em que os sintomas vêm surgindo. Um sintoma de angústia, ou um quadro de ansiedade pode ser apenas o início de uma nova ou grave doença desencadeada com o passar do tempo. Muitas pessoas se perguntam de porque não pensarem, ou não aceitarem antes a ajuda de um tratamento (ou medicamento) que lhes aliviasse a dor, por exemplo, de uma ansiedade. Um transtorno desta natureza pode modificar todo o funcionamento do organismo, liberando vários hormônios que nesses momentos são capazes de interferir negativamente nos batimentos cardíacos, metabolismo da glicose e até na imunidade, vindo a desencadear um quadro de Diabetes ou uma doença da tireóide. Então porque se esperar tanto para se tratar uma depressão ou uma ansiedade?
No momento da consulta cabe ao médico pensar e agir sobre o que se deve tratar, principalmente após os exames diagnósticos. Ele deve, ou pelo menos pode explicar o mecanismo de adoecimento para o paciente. Ajudá-lo a elaborar sobre o seu próprio quadro auxiliando-o, ativamente, no tratamento da sua doença (física ou emocional). Percebe-se que, quando o paciente ainda não necessita de um medicamento para o seu estado psíquico, quando medicado por esta via, pode mais apresentar os efeitos colaterais neurológicos destes medicamentos do que os seus reais benefícios. Ou então, quando “se atrasa muito” para tratar um distúrbio emocional, parece não ter havido tempo suficiente para retroceder uma doença que começara a comprometer o físico. Também se deve pesar o “momento certo” para se encaminhar este paciente para um tratamento não medicamentoso, e sim psicoterápico. Um momento também inadequado para a intervenção psicológica, pode agravar ainda mais um quadro físico e um atraso na psicoterapia pode fazer com que os pacientes que têm esta indicação, possam assim pensar: “Se eu soubesse que psicoterapia era tão bom, melhorasse a minha qualidade de vida e prevenisse minhas doenças, eu a teria iniciado muito antes”!
Eis uma grande questão: Como se tratar determinados pacientes? A resposta parece se iniciar numa consulta onde haja um contato satisfatório entre o médico e o paciente. E após este contato e algumas conclusões, pensar-se então sobre caminhos possíveis de intervenção psicológica e/ou física com um único intuito, o de amenizar a sua dor.
Dr. José O. Cervantes Loli-Endocrinologista & Metabologista. Medicina Psicossomática
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