Num artigo anterior falamos sobre um primeiro adoecimento, uma cura, e depois um retorno a um segundo tipo de adoecimento, sucessivo, também passível de cura quando procuramos entender as causas e os sintomas em questão. É preciso tentar relacionar os sintomas do momento aos do passado. Progride-se, regredindo aos sintomas mais antigos, realmente os conhecendo, pois estes muitas vezes vêm mascarados ou travestidos pelos sintomas atuais.
Podemos então pensar num momento em que estamos mais saudáveis, com menos dor, sobre o porquê de estarmos adoecendo tanto… “O que tentamos comunicar através do nosso sofrimento?”.
Por exemplo, numa síndrome intestinal denominada de Síndrome do cólon irritável onde tentamos ora reter, ora expulsar sofredoramente as nossas fezes, podemos “dizer” alguma outra coisa que nos aflige sem explicitá-las verbalmente a alguém, a não ser com os sintomas de um quadro intestinal. Coisas para se descobrir e pensar num tempo em que o médico já conhece melhor a vida passada e presente do paciente.
É um trabalho desafiador, mas considero que vale a pena! Sofre-se “um pouquinho” nos momentos de melhor saúde, pensando-se nos sofrimentos do presente e do passado, porém com a possibilidade de um menor sofrimento para o futuro!
Assim, torna-se possível abreviar um novo tratamento medicamentoso que muitas vezes nos trazem desconfortáveis efeitos colaterais.
Neste sentido, regredir no conhecimento mais profundo dos nossos sintomas, podendo eles terem surgido lá na nossa infância, nos permitiria crescer, “como se estivéssemos tomando novamente aquele xarope caseiro que a nossa avó fazia com tanto carinho”. Somos alentados com a possibilidade de melhorar e aprender melhor a viver, mais seguros, amparados num primeiro momento por outro, mas depois, por nós mesmos. Poderíamos ainda, compararmos esse trabalho de auto-conhecimento para a cura, com a famosa dor de crescimento que as nossas crianças têm quando estão evoluindo e crescendo fisicamente. É como se estivéssemos nos alimentando saudavelmente para crescer, tornando-nos adultos maiores e melhores.
Parece ser uma possibilidade de melhora “irrecusável”, os senhores não acham?
<b>Fonte:</b>
Dr. José O. Cervantes Louve. Médico Endocrinologista & Metabologista. Membro da Sociedade Brasileira de Medicina Psicossomática de São Paulo.
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