A anorexia nervosa, apesar de ser um distúrbio bastante disseminado na mídia, tem incidência bastante rara (em torno de 0,5% da população). Mas o mais importante é entender o seu espectro, muito antes do paciente experimentá-la ou o médico fazer o seu diagnóstico de uma forma grave.
Pensando-se que a anorexia ocorre mais em meninas (90% a 95% dos casos), em relação aos meninos, há que se notar, como técnica de prevenção, alguns quesitos de comportamento nelas.
Normalmente são garotas perfeccionistas em todos os sentidos, na escola, com os seus amigos, familiares e que têm, também, uma grande preocupação com a dieta. São possuidoras de metas de sucesso muitas vezes irreais, o que faz com que possíveis falhas ocorridas sejam sentidas como intensos fracassos pessoais. Têm, ainda, uma tendência à baixa auto-estima, depressão e transtornos do humor. Além das dietas, podem fazer uso de substancias ditas purgativas (ou “de eliminação”), como o uso de laxantes e diuréticos. Muitas vezes podem comprar essas medicações nas farmácias sem que os pais se quer saibam.
São boas alunas, geralmente as primeiras da sala, e apresentam uma baixa sociabilização (poucos amigos). São extremamente rígidas e criteriosas. Aparentemente muito maduras, porém muitos frágeis, o que poderia começar a ocorrer também com os seus sistemas endócrino e metabólico, manifestados através de irregularidades menstruais e da puberdade atrasada, como se fosse uma rebelião “ao crescer” e à maturidade. E parecem viver conflituosamente quando contrariadas ou sofrem qualquer frustração, isolando-se e tendenciando a aceitar pouco a ajuda dos seus. Os pais, diante de qualquer intuição ou suspeita, devem levar suas filhas ao médico como medida de prevenção e apoio emocional.
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Dr. José O. Cervantes-Loli
Endocrinologista & Metabologista
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