A tendência ao ganho de peso ou aos transtornos alimentares (anorexia ou bulimia nervosa) parece estar intimamente ligada ao hábito de se fazer dieta em fases precoces da vida, principalmente na adolescência. Sabe-se ainda, que a preocupação corporal excessiva ou o um distúrbio na imagem corporal (sentir-se mais gordo do que se é, ou mesmo sentir-se gordo sem ser) favoreceria a obesidade.
Esta angústia em relação à comida e ao corpo pode aparecer como resultado da genética, ou de outros fatores, como os culturais (a mídia induzindo a se ter um corpo magro demais como modelo), ou especialmente a alguns fatores familiares e sociais, como revelam alguns estudos modernos.
Sabe-se, por exemplo, que cobranças ou comentários familiares excessivos sobre o corpo da criança ou do adolescente (por parte dos pais, avós, parentes), assim como as brincadeiras e apelidos depreciativos na escola, têm o poder de determinar um “rombo” na auto-estima. Isto pode desencadear uma série de doenças psíquicas capazes de se relacionar intimamente com a obesidade ao longo da vida.
Sobra-se, então, uma propensão para um perfil de personalidade específica nestes casos: perfeccionista, auto-punitiva, o que ditaria uma enorme intransigência em relação ao próprio corpo, chegando-se a “lesá-lo” até mesmo gravemente, como acontece na anorexia nervosa ou na obesidade mórbida. É bastante comum, em mulheres adultas não obesas com histórico de dietas e tratamentos para emagrecer desde a infância ou adolescência, a presença de uma autocrítica excessiva quanto à estética de seus corpos e o entendimento de que os seus desentendimentos conjugais se devem aos detalhes supostamente imperfeitos de seus corpos. Normalmente, elas têm uma predisposição maior à ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo, compulsões alimentares e à depressão.
É desta forma que conflitos psíquicos aparecem em pacientes de peso normal ou em estado de sobrepeso: associados ou não a uma compulsão alimentar, à bulimia, ou mesmo à anorexia, podendo desencadear e perpetuar um quadro de obesidade de difícil tratamento no transcorrer de suas vidas. Ao médico especialista e conhecedor de todos estes transtornos, cabe colaborar para amenizar o sofrimento psíquico desses pacientes, e também compreender, prevenir, melhor tratar a obesidade surgida em meio a este complexo caminho.
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Dr. José O. Cervantes-Loli
Endocrinologista & Metabologista
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