Apresentado no 6º Congresso de Especialidades Veterinarias CONPAVET – SP – 2009

Giovanni Rodrigues1, Paulo Eduardo Pardo2, Luis Souza Lima de Souza Reis3, Eunice Oba4, Sérgio do Nascimento Kronka2, Jakeline Poliane Pereira Donadeli5*, Rivaldo Marini Filho6, Lucinéia Paiva5

1 Médico veterinário autônomo.
2 Universidade do Oeste Paulista – UNOESTE, Presidente Prudente-SP.
3 Universidade Norte do Paraná – Pólo de Apoio Presencial de Assis-SP.
4 Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP – Campus de Botucatu-SP.
5 Alunos de graduação em Medicina Veterinária – Universidade do Oeste Paulista – UNOESTE, Presidente Prudente-SP.
6 Mestrando em Ciência Animal – Universidade do Oeste Paulista – UNOESTE, Presidente Prudente-SP.

INTRODUÇÃO

O desmame é uma fase crítica da suinocultura moderna por causar estresse nos suínos (HESSEL et al, 2006) devido a presença de vários agentes estressores físico e psicosocial, dentre eles, a separação abrupta da mãe, mudanças na alimentação e no meio-ambiente, além do estabelecimento da hierarquia social com suínos de diferentes ninhadas
(MOESER et al., 2007). Estes estressores ativam o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA) que ocorre inicialmente, a liberação do hormônio liberador de corticotrofina (CRH) pelo hipotálamo que estimula a adenohipófise a produzir e secretar o hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) que, por sua vez, estimula o córtex das glândulas adrenais a produzir e secretar o cortisol, a adrenalina e a noradrenalina (CHARMANDARI et al., 2005), acarretando grande comprometimento no bem-estar, na saúde e produção dos suínos (SUTHERLAND et al., 2005).
Para reduzir o estresse dos animais em sistemas de produção podem ser utilizados produtos fitoterápicos ou homeopáticos. Dentre os produtos anti-estresse está camomila, FATOR ESTRESSE SUINO® que reduziu em 38,4% a concentração sérica de cortisol em bovinos manejados repetidamente no curral (REIS et al., 2006).
Apesar do conhecimento dos efeitos fitoterápicos da camomila, seu uso como redutor de estresse em suínos ainda não foi estudado. Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi de avaliar se a FATOR ESTRESSE SUINO® reduz o estresse do desmame em suínos.

CONCLUSÃO

A concentração sérica de cortisol tem sido utilizada como indicador de estresse (HESSEL et al, 2006; RADOSTITS et al., 2007) e neste experimento se mostrou ser eficiente como indicador de estresse da desmama em suínos.
Radostits et al. (2007) consideraram a concentração de cortisol basal/normal para os suínos até 3,3 µg/dL e os animais em condições clínicas normais e que possuem concentração sanguínea acima da concentração considerada basal são considerados estressados.
O desmame estressou os suínos do grupo Gc, que não recebeu FATOR ESTRESSE SUINO® até 14 dias após o desmame, pois a concentração sérica de cortisol desses animais estava acima da basal conforme preconizado por Radostits et al. (2007) indicando a ativação do eixo HPA. Enquanto que o cortisol sérico dos animais do grupo GMc, que receberam o FATOR ESTRESSE SUINO® apresentaram a concentração sérica de cortisol após o desmame dentro da concentração considerada basal (Tabela 1). Além disso, os suínos do grupo GMc apresentaram-se menos estressados durante todo período experimental, pois a concentração sérica de cortisol dos animais grupo GMc foi 61,8%; 43,5%; 77,2% e 32,0% menor do que os do grupo Gc nos dias 1, 14, 24 e 30 após o desmame, respectivamente. Mesmo assim, não houve diferença significativa (P0,05) na concentração sérica de cortisol entre os grupos experimentais (Tabela 1). Provavelmente, não houve diferença significativa na concentração sérica de cortisol entre os grupos experimentais devido ao elevado Coeficiente de Variação (C.V.) de 138,9% desta variável para os grupos experimentais.